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Presidente da Comissão de Equidade Racial do TJAL participa de eventos contra racismo em Brasília
Magistrado Vinícius Araújo dialogou sobre vivências e desafios da população negra em encontros realizados nesta terça, 9
O magistrado Vinicius Augusto Araújo, presidente da Comissão de Equidade Racial do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), participou, nesta terça-feira (9), do 8º Encontro nacional de juízes e juízas negras e negros (Enajun) e do 5º Fórum nacional de juízas e juízes contra o racismo e todas as formas de discriminação (Fonajurd), realizados em Brasília.
O evento promoveu a troca de experiência entre magistrados negros e o diálogo sobre caminhos para a efetivação da equidade racial no Judiciário, tanto por parte do público interno quanto para a população atendida pela prestação jurisdicional.
Para Vinicius Augusto, o encontro tratou de questões que ultrapassam a esfera judicial do cotidiano dos juízes e juizas negros e negras.
Tratamos do adoecimento psicológico da população negra e do envelhecimento físico. Foram apresentados dados que indicam que é muito mais difícil para pessoas negras envelhecerem do que para pessoas brancas. Há menor acesso a benefícios previdenciários privados, além de um processo de envelhecimento marcado por trabalhos braçais ao longo da vida, o que muitas vezes impede outras fontes de renda na velhice ", explicou.
Histórico
O juiz Vinícius destacou que a ausência de magistrados em espaços majoritariamente brancos foi um dos combustíveis para fomentar a criação do encontro, que articula identidade racial, justiça e representatividade.
Esse movimento surgiu quando um grupo de juízes negros foi ao Encontro Nacional de Magistrados e não conseguiu se enxergar naquele ambiente, porque havia quatro magistrados negros entre mais de 600 participantes. Diante disso, decidiram criar um momento no qual as pessoas negras pudessem se enxergar e se aproximar. Uma dessas ferramentas foi a criação do Enajun, contou Vinicius.
Durante a programação, foi homenageado o juiz Edinaldo César Santos, um dos líderes, 10 anos atrás, da criação do Enajun. Edinaldo, que faleceu em junho deste ano, era reconhecido por sua árdua luta pela democratização do sistema de justiça e enfrentamento das discriminações raciais.
Filipe Norberto - Ascom/Esmal
