O bruxismo é um transtorno caracterizado pelo ato de ranger, apertar ou bater os dentes em movimentos ritmados e involuntários. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esta condição faz parte da vida de pelo menos 40% dos brasileiros.

Devido a isto, o Departamento de Saúde e Qualidade de Vida (DSQV) do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) aborda a temática com o intuito de informar e conscientizar os servidores.

A cirurgiã-dentista do TJAL, Yoko Ono Rocha, explicou que o bruxismo é uma atividade não fisiológica dos músculos da mandíbula que se assemelha à mastigação. 

Yoko contou que é comum que pessoas próximas de um paciente com este transtorno consigam perceber os ruídos e movimentos oriundos desta desordem funcional.

Causas e sintomas

O bruxismo de vigília, que acontece durante o sono, pode não ter uma causa definida (bruxismo primário ou idiopático) ou ser decorrente de doenças neuropsiquiátricas (bruxismo secundário).

O primário pode ser motivado por estresse emocional e ansiedade, já o secundário pode ser derivado de doenças como Parkinson, depressão e esquizofrenia. O uso de alguns medicamentos também pode estar relacionado com o surgimento do transtorno.

Os sintomas do bruxismo são detectados comumente por pessoas próximas ao paciente. O cônjuge, os filhos ou os pais podem escutar os ruídos derivados dos movimentos executados durante o sono.

Há também a possibilidade do próprio paciente perceber os sintomas. Alguns portadores de bruxismo informam que ao acordar têm a sensação de que estavam apertando a mandíbula. Já outros, percebem um desgaste nos dentes e a partir daí buscam um acompanhamento profissional.

Para detectar o bruxismo, há também o exame chamado polissonografia, solicitado por um cirurgião-dentista, em caso de suspeita da condição. Trata-se de registros gráficos feitos durante o sono do paciente que percebe variações fisiológicas.

Consequências

Segundo a dentista, as complicações clínicas do bruxismo podem comprometer a face e o sistema mastigatório. Algumas das consequências mais comuns são desgaste, fratura e sensibilidade dental; dor na cabeça, na face e nos dentes.

A hipertrofia dos músculos da mastigação também está entre os efeitos decorrentes deste mal. A profissional ressaltou que o desgaste natural dos dentes é uma característica comum a todos, mas o desgaste como resultado do bruxismo precisa ser investigado e tratado.

“Os pacientes que apresentam bruxismo do sono de moderado a grave geralmente têm um desgaste generalizado e uniforme, podendo apresentar consequências negativas na face e no sistema mastigatório. O tratamento viria para garantir e preservar a sua saúde oral e o bem-estar geral”.

Tratamento e prevenção

Yoko esclarece ainda que não há cura para o bruxismo, mas que os tratamentos disponíveis reduzem e evitam as complicações clínicas derivadas dele. A indicação, que deve ser feita por profissionais, é baseada no tipo e na gravidade da patologia.  

O bruxismo do sono pode ser minimizado por meio de placas de mordida, usadas na hora de dormir. Já para o bruxismo que ocorre durante o dia, é indicado o tratamento cognitivo comportamental.

“O paciente tem que adotar mecanismos para lembrar de não apertar. Existe um aplicativo de celular, o desencoste, que pode auxiliar por meio de lembretes”, destacou Yoko.

Sobre as formas de prevenção, a profissional frisou que é possível adotar cuidados que limitam as chances de manifestar o transtorno, reduzindo os fatores de risco. 

Algumas das ações são diminuir o uso ou não ingerir substâncias psicoativas, controlar a ansiedade e o estresse, adotar medidas de higiene do sono e praticar exercícios físicos com frequência.

Carol Neves - Dicom TJAL

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