“Falando sobre a linha tênue entre lucidez e loucura, quebra de padrões e um certo erotismo, o livro nos faz ter uma visão diferenciada sobre esses temas, por conta de como são abordados”. A fala é de Rayanny Medeiros, estagiária da Biblioteca Geral do Judiciário, sobre o livro A Vegetariana. A obra da escritora sul coreana Han Kang foi selecionada para encerrar o quinto ciclo do Clube do Livro Direito e Literatura. 

O encontro, realizado presencialmente no Café Literário da Esmal, marca a primeira participação de Rayanny em reuniões do Clube. O momento foi mediado pela diretora da Biblioteca Geral do Judiciário, Mirian Alves.

O livro conta a história de Yeonghye, uma jovem sul coreana que decide se tornar vegetariana. A narrativa é contada pelo marido, pela irmã e pelo cunhado da protagonista, que relatam o impacto da decisão dela em todas as pessoas que a cercam. Segundo Rayanny Medeiros, a obra vai além da escolha alimentar de Yeonghye.

“Apesar do título, o livro não é sobre vegetarianismo. A obra toca mais no ponto da quebra de padrões, desse ideal de mulher perfeita. Participar da reunião me fez enxergar detalhes que eu não enxergaria se não tivesse debatido com os colegas”, afirmou Rayanny, reiterando que a participação também a fez conhecer outras obras sobre temas abordados em 'A Vegetariana'.

Ao longo do quinto ciclo do Clube do Livro Direito e Literatura, foram discutidas as obras: Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo; O último dia de um condenado, de Victor Hugo; Suíte Tóquio, de Giovana Madalosso; A visão das plantas, de Djaimilia Pereira de Almeida;  Desonra, de Coetzee, e encerrando o ciclo, A vegetariana, de Han Kang.

A curadoria do Clube buscou diversificar ao máximo a autoria das obras selecionadas, trazendo livros escritos por mulheres, por negros e negras, por autores da comunidade LGTQIA+, com o objetivo de trazer diversas perspectivas sobre problemas sociais. 

Para Mirian Alves, mediadora dos encontros, o quinto ciclo cumpriu as expectativas em relação aos debates proporcionados pelas leituras. 

“Nos reunimos todos os meses, sem interrupção, e sempre com debates muito respeitosos. As ideias são expostas e existe um cuidado por parte dos participantes em ouvir posicionamentos diferentes e respeitá-los. Também pudemos descobrir novos aspectos por meio dos debates. Esse ciclo foi marcado por leituras bastante incômodas, que desnudaram aspectos pouco enobrecedores da sociedade”, concluiu Mirian.

O próximo ciclo está com inscrições abertas para servidores e magistrados do TJAL e terá a sua primeira reunião no dia 7/11. O primeiro livro do período, denominado 'Edição leia mulheres', será 'O Parque das irmãs magníficas', da argentina Camila Sosa Villada.  Interessados  em participar devem enviar email para bibliotecageralesmal@gmail.com, ou preencher o formulário disponibilizado pela Biblioteca. As vagas remanescentes serão ocupadas por ordem de inscrição. 

Mauricio Santana – Esmal TJAL

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