O quarto de Giovanni
Artigo de Geraldo Lucas Cardoso, servidor do TJAL e membro do Clube do Livro Direito e Literatura, sobre segundo romance do escritor James Baldwin, publicado inicialmente em 1956. A obra está disponível para empréstimo na Biblioteca Geral do Judiciário, que, além das obras de cunho jurídico, também conta com uma nova coleção composta por obras de literatura. Os romances, contos, livros de poesia, crônicas, obras clássicas e contemporâneas, estão disponíveis para empréstimo a servidores/as, estagiários/as e magistrados/as do Poder Judiciário de Alagoas.
A nova coleção faz parte do conjunto de ações do 'Projeto Justiça que Lê', que tem como objetivo tornar o Poder Judiciário de Alagoas uma grande comunidade de leitores. Clique para consultar o Catálogo Online e escolher um título, que pode ser entregue pelo sistema de delivery para o Fórum, a sede do Tribunal e a Corregedoria. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (82) 2126-5350 ou pelo e-mail bibliotecageralesmal@gmail.com.
O quarto de Giovanni retrata a história de um amor gay. Esse romance foi publicado na década de 50, pelo escritor James Baldwin. A questão da sexualidade não é novidade, sempre foi causa de complexidade e preconceito na história da humanidade.
É sabido que na Grécia antiga os professores, por serem mais experientes, tinham a tradição de ter relações sexuais com seus alunos bem mais novos para transmitir conhecimento. Vários líderes políticos da antiguidade, escritores, artistas, juristas, profissionais da área da saúde, ou seja, em todos os segmentos sociais, encontramos relações bissexuais, gays e lésbicas.
Debatemos sobre ainda, neste século, existir tanto preconceito sobre a temática LGBTQIA+. Muitas pessoas ainda argumentam que não é natural. Se não fosse natural, por que quando estudamos biologia nos mostram que existem plantas contendo os dois sistemas reprodutores, animais em relações bissexuais, seres humanos intersexuais (hermafroditas)? Quantas vezes ainda encontramos casos de pessoas que são homossexuais, bissexuais, mas por imposição familiar ou social, vivem casamentos héteros e, com isso, recaem em situações de traição e infelicidade?
Há, ainda, os que dizem se tratar de doença, mesmo que a Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio de estudos científicos, afirme que não é. Outros alegam que a Bíblia condena. Ora, Jesus em nenhum momento condenou. Ele mesmo disse: amem uns aos outros, não julgueis.
Apesar dessas alegações ditas por alguns segmentos sociais, o Supremo Tribunal Federal (STF) já vinha prolatando decisões no sentido de autorizar casamento homoafetivo. O CNJ, inclusive, também se manifestou no sentido de publicar resolução obrigando a realização desses casamentos pelos cartórios.
Em nosso Tribunal de Justiça de Alagoas, todos os anos são realizados casamentos coletivos LGBTQIA +, assim como o mutirão da transcidadania.
Diante de todos os fatos apresentados conclui-se que ainda existe preconceito contra a comunidade LGBTQIA +, seja por parte do próprio grupo, como também de pessoas que não se identificam como tais.Contudo, já existe proteção e ideais a favor da comunidade, importantes avanços sociais, mesmo em meio a alguns retrocessos.