As juízas Carolina Valões e Eliana Machado, que atuam na Comarca de Rio Largo, participaram nesta segunda-feira (30), do I Encontro Municipal de Combate à Violência Doméstica. O evento foi transmitido pela plataforma Zoom.

As magistradas falaram sobre os tipos mais comuns de violência contra a mulher e a importância de se discutir o assunto. "Quem bate em mulher machuca a família inteira. Todo dia, mulheres são culpabilizadas, maltratadas, e isso não atinge só elas, mas os filhos e os que convivem e acompanham essa violência também", disse Carolina Valões.

Segundo a juíza, conversar sobre o tema com homens, crianças e adolescentes é importante porque provoca uma reflexão e promove uma mudança desse contexto mais à frente. "Não se trata de uma luta de mulheres contra homens, mas de todos, homens e mulheres, contra a violência doméstica".

A juíza Eliana Machado explicou que muitas mulheres não se percebem vítimas de violência porque acreditam que ela se resume à forma física. "Elas acham que a violência precisa deixar marcas no corpo, mas sabemos que a forma mais corriqueira é a da violência psicológica. Tratar a mulher com frieza, ameaçar, dizer que ela é feia, que não pode sair com determinada roupa, tudo isso é agressão psicológica que mais na frente pode chegar ao ato da violência física em si".

A magistrada afirmou ainda que nenhuma mulher permanece na relação abusiva porque quer ou gosta de sofrer. "Ela continua nesse ciclo de violência por vários motivos: dependência financeira, dependência psicológica, o fato de ter filhos, entre outros". E reforçou: "Nós, mulheres, não nascemos para apanhar ou sofrer. Nascemos para ser felizes".

O evento contou com a participação de integrantes da equipe multidisciplinar que atua no Fórum de Rio Largo, além de coordenadores pedagógicos e de unidades de saúde, conselheiros tutelares, entre outros.

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