Em razão da campanha Março Azul-Marinho, o Departamento de Saúde e Qualidade de Vida (DSQV) do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) alerta sobre os cuidados com o câncer colorretal. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 40 mil brasileiros vão desenvolver a enfermidade este ano. Em Alagoas, a taxa de incidência é de 6,85 casos para 100 mil homens e 8,02 casos para 100 mil mulheres.
De acordo com o médico Lucas Gama, gastroenterologista do TJAL, a doença se desenvolve como um tumor em qualquer parte do cólon ou reto. Na fase inicial, o câncer não apresenta nenhum sintoma ou pode apresentar sintomas sutis como alteração no funcionamento do intestino, como diarreia ou constipação leves. Na fase avançada, o paciente pode apresentar perda de peso, anemia, sangue nas fezes e piora no funcionamento do intestino, explica.
Entre os fatores de riscos estão: idade, com incidência maior a partir dos 50 anos; histórico de doença inflamatória intestinal; síndromes genéticas ou diabetes tipo 2; histórico pessoal ou familiar de primeiro grau deste tipo de câncer ou pólipos adenomatosos; obesidade; sedentarismo; tabagismo; alcoolismo; e dieta rica em carnes vermelhas ou processadas.
O diagnóstico é realizado através de exames de colonoscopia, que é indolor e realizado sob sedação. É recomendado que todas as pessoas a partir dos 45 anos, ou que possuam fatores de risco, realizem o procedimento. O médico indicará o intervalo para realizar os próximos testes após avaliação de cada caso, de acordo com os resultados já obtidos e probabilidade de desenvolvimento do câncer.
O tratamento dependerá da fase da doença. Nas etapas iniciais, dependendo do tamanho e localização, o tumor pode ser retirado através de endoscopia ou cirurgia. Em casos avançados, será prescrito quimioterapia. Se ocorrer metástase, isto é, o câncer se espalhar para outros órgãos, as chances de cura se tornam baixas.
O especialista também alerta que, mesmo durante a pandemia, é necessário manter o acompanhamento médico, já que os portadores são suscetíveis a complicações relacionadas à Covid-19. Os pacientes que apresentam sintomas ou fatores de risco importantes não devem postergar a realização da colonoscopia. E os pacientes que já estão doentes com diagnóstico confirmado, não devem postergar o tratamento, salienta Lucas Gama.