Imagem cedida pelo Clube do Livro Direito e Literatura
"O caráter jurídico é bem acentuado na obra, já que fala de tipos de pena, como a de morte ou o trabalho forçado, e a gente vê como elas podem ser desproporcionais em relação aos delitos. Faz a gente refletir qual é o papel da pena, para que ela serve, a quem ela serve, entre outras questões". A fala é de Andrea Santa Rosa, servidora do Judiciário, sobre a obra “O Último Dia de um Condenado”, do escritor francês Victor Hugo. O livro foi escolhido para ser debatido na reunião do Clube do Livro Direito e Literatura, realizada segunda-feira (6).
O encontro foi realizado presencialmente no Café Literário da Esmal e mediado pela diretora da Biblioteca Geral do Judiciário, Mirian Alves.
A obra é composta por um texto principal de uma peça (o diário dos últimos dias da vida de um condenado), na qual personagens fazem duras críticas à obra, e de um longo panfleto em defesa da causa.
“Uma coisa que me surpreendeu no livro, é que apesar de ser um clássico de 1800 e alguma coisa, tem uma linguagem muito tranquila e um tema muito atual. Ainda hoje existe uma discussão sobre pena de morte, há quem defenda e há quem seja contra”, disse Andrea Santa Rosa.
A servidora afirmou ainda que a obra de Victor Hugo traz uma perspectiva por vezes ignorada: a do condenado à morte, levantando questões como o impacto familiar da perda daquele ente querido pelas mãos do Estado. Além disso, Andrea disse que outra reflexão trazida pelo livro é o papel da pena na sociedade.
“A pena de um condenado tem simplesmente o intuito de fazer um indivíduo sofrer? Como você escolhe quanto sofrimento ele merece? É interessante pra gente pensar sobre a humanização dessas questões a partir dos direitos humanos. O autor faz isso de maneira muito eficiente”, concluiu a servidora.
As reuniões do Clube do Livro acontecem mensalmente, nas quais são debatidas uma obra diferente a cada mês. No próximo encontro, os membros debaterão “Suíte Tóquio”, da escritora brasileira Giovana Madalosso.
Mauricio Santana – Esmal TJAL
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