Princesas guerreiras, reis malvados, casas encantadas, animais falantes e diversas figuras imaginárias foram os convidados de honra da manhã de contação de histórias para as crianças da escola municipal Cícera Lucimar. Os estudantes, com idades entre 8 e 10 anos, participaram nesta terça-feira (30), do encerramento da II Semana do Livro e da Biblioteca da Escola Superior da Magistratura (Esmal), que sediou o encontro. O evento, coordenado pela Biblioteca Geral do Judiciário e apoiado pelo Programa Cidadania e Justiça na Escola (PCJE), teve como objetivo incentivar a leitura e a curiosidade durante a infância de forma lúdica.
Sara Andrea Rodrigues dos Santos, de 10 anos, nunca havia participado de uma atividade do tipo, não tirava os olhos das contadoras de histórias, que se transformavam na Chapeuzinho Vermelho, na joaninha que buscava aprovação dos amigos, no pescador desafiado por um grande rei. Cada historinha era acompanhada com atenção pela garota que adora ler, ato estimulado pelos seus pais e pela escola. “Só ficou faltando a história do Pinóquio, que é a minha preferida. Lá em casa os meus pais leem comigo e eu sei que isso é importante para quando eu crescer eu ter uma profissão grata”, disse a menina, cujo sonho é ser policial.
A professora Cristiana Angélica Isidro Gama Calheiros, educadora há 11 anos, também ficou impressionada com a atividade e como as crianças se concentraram nas apresentações. Para ela, quanto mais cedo as crianças forem inseridas nesse ambiente de leitura, de contação, melhor, pois eles ficam conhecendo outros universos. “Muitas crianças não tem esse incentivo em casa, por isso cada exposição delas a ações assim é valiosa”, destacou.
Com uma larga trajetória pedagoga, Conceição Marques, servidora do PCJE, foi uma das contadoras que encarnou os personagens e encantou as crianças. Segundo ela, trabalhar com essa faixa etária é crucial para a formação de leitores, pois é nesse momento que eles adquirem o prazer de ler, começam, a ter uma rotina. “Quando eles não recebem esse incentivo enquanto pequenos, acabam se tornando adolescentes que não têm esse hábito. Além disso, a contação treina com esses meninos e meninas o ‘ouvir’, a concentração, já que hoje, com tantas tecnologias disponíveis, eles acabam perdendo um pouco dessa capacidade”, avaliou.
A Esmal tem apoiado, por meio do Cidadania e Justiça, essa tradição. Exemplo disso foi a participação da estudante Theresa Raquel, que personificou a Chapeuzinho Vermelho. A estudante participou, no ano passado, de uma formação promovida pelo PCJE para um grupo de estudantes da Escola Estadual Mota Trigueiros e, desde então, tem contribuído sempre que tem a oportunidade de exercitar a prática.
Para Arielly Mergulhão, a II Semana do Livro conseguiu o objetivo que pretendia, que era atingir os diversos públicos possíveis com os seus eventos. A diretora da Biblioteca do Judiciário explicou que a programação começou voltada para servidores e magistrados do Tribunal de Justiça (TJAL), com o evento sobre a trajetória de Pontes de Miranda, depois para adolescentes, que participaram de um sarau de poesias e tiveram um ‘encontro às cegas’ com um livro e, por fim, alcançou as crianças pequenas.
“Esse despertar da leitura nessa fase da vida é essencial porque a criança é uma esponja, ela consegue assimilar tudo aquilo que é ensinado. Elas não só aprendem a importância da leitura como elas disseminam isso de um jeitinho doce e especial para os adultos”, enfatizou.
Depois da contação de histórias, as crianças ainda brincaram no ‘tapete da cidadania’ e foram presenteados com livros infantis doados por servidores e magistrados do Judiciário. Assim, as lições aprendidas no evento poderão ter continuidade em casa.
Carolina Amâncio - Esmal TJ/AL
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