Nesta segunda (3), o estande da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal) na 11ª Bienal do Livro de Alagoas recebe a exposição Sankofa: em busca da identidade, com artefatos e produções de reeducandos organizada pela 16ª Vara Criminal da Capital, Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) e Conselho da Comunidade de Maceió.
Duarnte todo o dia, os visitantes terão a oportunidade de conhecer de perto o material artístico produzidos por pessoas privadas de liberdade nas unidades prisionais de Alagoas, propiciando um encontro entre arte, educação e transformação.
O juiz Alexandre Machado, da Vara de Execuções Penais, detalhou as atividades desenvolvidas pelos reeducandos que estão à disposição do público neste dia de Bienal.
Aqui mostramos produções feitas por pessoas privadas de liberdade de diferentes unidades prisionais. Alguns desses reeducandos têm direito à remição de pena pela prática dessas atividades educacionais e culturais. Além das ações expostas, que dialogam com a temática da Bienal, estamos também apresentando o projeto Livros que Libertam, um programa de referência nacional. Hoje, temos cerca de 4.200 reeducandos participando, o que representa mais da metade das pessoas privadas de liberdade em Alagoas, destacou o magistrado.
Exposição Sankofa: em busca da identidade apresenta produções artísticas de reeducandos e destaca ações de ressocialização promovidas pelo sistema prisional alagoano em parceria com o Judiciário. Foto: Filipe Norberto - Ascom/Esmal
Roseane Bernardo, assistente social da Reviver - empresa que presta serviços para o Sistema Prisonal, falou que o Projeto Sankofa é uma iniciativa que acontece, ao longo do ano, desenvolvendo ações voltadas à questão racial. Esse ano, o material produzido pelos reeducandos tem a oportunidade de ser apresentado ao público no estande da Esmal.
Esse projeto foi pensado especialmente para a Bienal, com o objetivo de dar visibilidade às produções artísticas e culturais dos custodiados. Trouxemos roupas customizadas das oficinas de costura, bolsas com estampas feitas nas oficinas de serigrafia, bonecas abayomi, todos com significados muito representativos. Ocupamos esse espaço com o propósito de mostrar que no sistema prisional também existe leitura, arte e cultura, explicou Roseane.
A estudante Evelyn Noemi, de 10 anos, vai levar para casa muito conhecimento através do diálogo entre memória, identidade e justiça. Eu achei muito boa a exposição. Dá pra aprender bastante quando a gente vem aqui e quer conhecer as histórias antigas, disse.
Beatriz Tavares, que é monitora do evento e participa da organização, ressaltou que ações dessa categoria quebram estereótipos.
Quando a gente vê de perto o trabalho que fazem, percebe o quanto são pessoas talentosas e criativas. Cada detalhe é riquíssimo, dá para ver o cuidado e o talento envolvidos. Aprendi bastante com quem está aqui explicando, saio com muito conhecimento e encantada com o que vi, pontuou.
Programação desta terça-feira (4)
9h às 16h Ações da Coordenadoria da Infância e Juventude: exposições, vídeos, oficinas e caixas de diálogo sobre adoção e proteção infantil.
16h Apresentação do programa João e Maria, com a magistrada Soraya Maranhão.
19h Lançamento do livro Religião e Política: a ameaça à laicidade, de Orlando Rocha Filho.
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Filipe Norberto Ascom/Esmal