O segundo dia da participação do Poder Judiciário de Alagoas na 11ª Bienal Internacional do Livro foi marcado pela abertura da exposição Liberdade sempre: memórias da escravização do século XIX, organizada pelo Centro de Cultura e Memória do Judiciário (CCM).
A mostra segue aberta ao público até domingo (2), das 9h às 17h, no estande Justiça também é luta ancestral, da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal).
Reunindo documentos históricos, objetos simbólicos e peças que dialogam com a cultura africana, a exposição propõe um mergulho nas raízes da ancestralidade negra e na história da resistência em Alagoas.
A curadora da mostra do CCM, Mariana Marques, explicou que o principal objetivo é permitir ao público uma experiência sensorial e educativa sobre o legado afrodescendente presente no Judiciário e na formação social do estado.
A exposição do CCM demonstra objetos da cultura africana em Alagoas e documentos do Arquivo do Judiciário. Foto: Ascom/Esmal
A nossa intenção é trazer essa materialidade, oportunizando que as pessoas tenham contato com objetos da cultura africana, como búzios e pulseiras usadas como moedas de troca, além de documentos do Arquivo do Judiciário, afirmou Mariana.
Ela ressaltou ainda que exibir o acervo em um espaço literário amplia a percepção do público sobre a presença e a força da cultura negra no território alagoano.
Quando as pessoas veem esses elementos físicos, conseguem reconhecer a força dessa ancestralidade. Isso é fundamental para que o alagoano se conheça e se reconheça, especialmente em um território de Zumbi dos Palmares, completou.
Experiência de acessibilidade
Entre os visitantes, a mostra também despertou reflexões sobre acessibilidade e inclusão. O psicólogo Rafael Albuquerque, pessoa com deficiência visual e assessor técnico da Secretaria de Estado da Cidadania e da Pessoa com Deficiência (Secdef), conheceu o espaço com o apoio do recurso de audiodescrição oferecido pela Bienal.
Ele destacou a importância de vivenciar o conteúdo da exposição de forma autônoma e sensível.
As imagens, as cédulas e os objetos se tornaram visíveis para mim por conta do recurso e das explicações da equipe. Eu não sabia o verdadeiro significado de alguns itens, e agora entendo melhor o que representavam. Foi uma experiência muito produtiva e enriquecedora, relatou.
Programação segue durante a noite
A programação da Esmal na Bienal segue neste sábado (1º) com o lançamento do livro Tum-Tum Laga-Sete e a grande descoberta, de Lígia MontAlverne Jucá Seabra e Guilherme MontAlverne Jucá Seabra, às 18h.
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Kenny Lucas - Ascom/Esmal