O Clube do Livro Direito e Literatura reuniu-se nesta quinta-feira (4), no Café Literário da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal), para dialogar sobre a obra 'Caderno de memórias coloniais', da escritora portuguesa Isabela Figueiredo. O encontro foi mediado pelo servidor do Judiciário Gustavo Tenório, um dos idealizadores do grupo.
Memória, identidade e racismo
Na obra, Isabela resgata recordações de sua infância em Moçambique, então colônia de Portugal, e de seu retorno ao país europeu no início da adolescência.
O livro mistura elementos biográficos e ficcionais em um diário sobre sua formação, expondo conflitos questões raciais e a complexidade da relação com o pai, figura querida, mas marcada por atitudes racistas.Grupo se reúne uma vez por mês na Esmal a fim de dialogar sobre aspectos de tensão social, sempre com o suporte de obras literárias.
Durante o encontro, os participantes analisaram pontos de consonância entre a narrativa e a formação do Brasil .
O debate destacou como as relações entre brancos e negros, a miscigenação e a criação de categorias de cidadania baseadas na cor da pele, que permanecem até hoje em ambos os países e em outras sociedades que viveram processos semelhantes. Essa herança histórica ainda se reflete no Judiciário e na vida social contemporânea.
O título está disponível para empréstimo na Biblioteca Geral do Poder Judiciário, que também conta com sistema de delivery de obras para todas as unidades da capital.
A próxima leitura do Clube será a obra O auto do frade, de João Cabral de Melo Neto, no dia 2 de outubro. Interessados em ocupar uma vaga rotativa nesta, que será a última reunião do Clube nesse ciclo, devem preencher formulário disponível neste link.
Carolina Amancio Ascom/Esmal