Como parte das atividades do Agosto Lilás, mês dedicado ao combate à violência contra a mulher, o Programa Cidadania e Justiça na Escola (PCJE) promoveu, nesta quinta-feira (7), uma palestra para cerca de 70 estudantes de duas escolas públicas de Messias.
A ação, realizada em parceria com a Secretaria da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh) da cidade, beneficiou alunos do Centro Educacional Municipal Luiz Amorim Leão (CEMLAL) e da Escola Estadual Judith Nascimento da Silva.
A palestra foi conduzida pela juíza Carolina Valões, coordenadora do PCJE, que trouxe reflexões sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher. A magistrada destacou que o tema está presente no calendário anual do programa e ganha força principalmente nos meses de março e agosto.
A juíza explicou aos estudantes que esse tipo de violência ocorre geralmente entre pessoas próximas, como maridos, ex-companheiros e familiares e pode assumir diversas formas, como a patrimonial, sexual, moral, emocional e física. Ela também alertou sobre a espiral da violência, que se agrava com o tempo e pode levar, em casos extremos, ao homicídio.
"Os estudantes aprenderam que a violência de gênero decorre de relações assimétricas de poder, e que dentro da violência de gênero nós temos uma violência específica que acontece no ambiente doméstico e familiar, que é justamente a violência doméstica familiar contra a mulher", falou.
Carolina Valões reforçou a importância do dia 7 de agosto, no qual é comemorado o aniversário da Lei Maria da Penha, sancionada há 19 anos. Segundo ela, mais do que afirmar as conquistas dos direitos das mulheres, é afirmar que tenham o direito de viver em liberdade e de forma digna.
A secretária da Mulher de Messias, Ana Paula Narciso, ressaltou o valor da parceria com o Tribunal de Justiça, por meio da Esmal, e da presença da magistrada nas escolas. Para a secretária, ações como essa aproximam o Judiciário da comunidade e ajudam a garantir que a justiça seja acessível a todos.
Olhar dos Estudantes
Estudantes de Messias assistem à palestra com o tema "Enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher". Foto: Kenny Lucas - Ascom/Esmal
Entre os estudantes, Evanys Flora, aluna do 8º ano do Centro Educacional Municipal Luiz Amorim Leão (CEMLAL), disse que o alerta mais marcante foi perceber que, na maioria das vezes, a violência não acaba após a primeira agressão.
"A mulher diz que é a última vez, mas nunca é. Vai acontecer de novo. Foi importante saber que, nesses casos, é só ligar para o 180, número para denunciar casos de violência doméstica contra a mulher", comentou.
Já Maria Radmylla, também do 8º ano, reforçou que o silêncio muitas vezes é fruto do medo e da falta de apoio.
"Não existe mulher que gosta de apanhar. Existe mulher machucada demais para reagir, com medo demais para fugir, e pobre demais para ir embora", afirmou a estudante, que defendeu a valorização e o respeito às mulheres.
A iniciativa teve como objetivo levar aos alunos a conscientização social, o conhecimento e a empatia sobre o tema, promovendo um ambiente escolar mais atento e preparado para reconhecer e combater todas as formas de violência contra a mulher.
Kenny Lucas - Ascom/Esmal
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