O "Sarau de Poesia e Música UniVersos Delas" reuniu dezenas de pessoas na noite desta quarta-feira (19) no Centro de Cultura e Memória do Tribunal de Justiça de Alagoas (CCM/TJAL). Em sua quarta edição, o evento celebrou a criatividade feminina por meio da declamação de poemas e da apresentação musical da cantora Ana Gal.
A diretora da Biblioteca Geral do TJAL, Mirian Ferreira Alves, ressaltou que o sarau já se consolidou como uma tradição no Mês da Mulher, sendo realizado nos últimos três anos no Café Literário da Escola Superior da Magistratura (Esmal).
"O evento reúne poesia e música para celebrar a potência criativa feminina. A literatura e a arte nos ajudam a acessar um lugar de sensibilidade e reflexão sobre a luta das mulheres por direitos. Agora, com essa nova fase no CCM, conseguimos trazer essa vivência para um espaço que respira história", destacou.
Reabertura do Centro de Cultura e Memória
Este foi o primeiro evento realizado no CCM após a reforma do espaço, entregue em janeiro deste ano. A mudança possibilitou a realização de atividades culturais no local, fortalecendo o diálogo entre a arte e a história do Judiciário alagoano. A diretora do CCM, Irina Costa, destacou a importância desse novo momento.
"Antes, os encontros ocorriam na Esmal. Agora, com a reestruturação do museu, estamos trazendo a comunidade para dentro da sede do Judiciário. Além de assistirem às apresentações, as pessoas também têm a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a nossa história", afirmou.
Segundo ela, o evento também funcionou como um 'teste' para o novo espaço. "Estamos avaliando como o CCM se adapta a esse tipo de evento e, pelo sucesso de hoje, acredito que teremos mais encontros como este no futuro", acrescentou.Presidente Fábio Bittencourt Araújo abriu o evento e destacou a paridade de gênero em sua gestão. Foto: Adeildo Lobo/ Dicom
Literatura e resistência
Entre os destaques da noite, a historiadora e pesquisadora do CCM, Hilda Maria Couto Monte, declamou a crônica Rita, que resgata a memória de uma mulher escravizada no século XIX.
"Nos processos que analiso, encontramos histórias ocultadas da história de Alagoas. A crônica destaca a dor e a resistência dessas pessoas. Rita foi penhorada e passou por uma situação adversa, e, mesmo em um processo jurídico frio, é possível sentir o peso emocional dessa trajetória", explicou.
Compromisso com a equidade
O presidente do TJAL, desembargador Fábio Bittencourt, reforçou a relevância do evento e destacou a valorização das mulheres no Judiciário alagoano.
"Reconheço que a Justiça só se faz completa quando abraça plenamente a equidade de gênero em todas as suas dimensões. A história da mulher neste Poder é marcada por conquistas, e nosso tribunal acompanha diariamente a competência, a dedicação e a sensibilidade de magistradas, servidoras e colaboradoras", afirmou.
O sarau foi promovido pela Biblioteca Geral do TJAL, pelo CCM, pelo TJAL e pela Esmal, como parte do projeto "Justiça que Lê" e da programação do Mês da Mulher no Judiciário alagoano.
Carolina Amancio Ascom/Esmal