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CineDebate discute racismo e história de Alagoas
Segundo dia do evento promovido pelo PCJE ocorreu no Cine Arte Pajuçara e teve participação da juíza Carolina Valões
A Semana CineDebate, promovida pelo Programa Cidadania e Justiça na Escola (PCJE), continuou nesta quarta-feira (26) com a exibição do documentário Zumbi dos Palmares, uma voz para o mundo. O evento reuniu alunos do 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Princesa Isabel para um debate sobre racismo, ancestralidade e a luta dos quilombolas pela liberdade.
O documentário aborda a trajetória de Zumbi dos Palmares, um dos principais líderes da resistência negra no Brasil. O Quilombo dos Palmares, localizado no atual município de União dos Palmares, em Alagoas, foi um dos mais importantes refúgios de pessoas escravizadas e se tornou um símbolo da luta pela liberdade.
Por meio de entrevistas com historiadores, pesquisadores e militantes, o filme resgata a contribuição de Zumbi e de outras lideranças negras, como Dandara, Aqualtune e Ganga Zumba.
Para a juíza Carolina Valões, a exibição do documentário incentiva os estudantes a refletirem sobre desigualdades atuais e se inspirarem em exemplos de resistência.
"A luta contra a escravidão mostra que a resistência negra sempre existiu e que a liberdade foi conquistada com coragem e união. Esse conhecimento fortalece a autoestima e a consciência racial, ajudando os jovens a reconhecerem seu papel na construção de um futuro com menos desigualdades", destacou a magistrada.
Cineasta Carlos Pronzato, que dirige o documentário, dialogou com estudantes sobre a obra. Foto: Kenny Lucas - Ascom/Esmal
Reflexões dos participantes
Após a sessão, os alunos participaram ativamente do debate. A estudante Júlia Manoela considerou a experiência enriquecedora.
"O filme é bem interessante. Ele conta muito sobre uma parte da história que normalmente não é ensinada na escola. Se aprofundou bastante na questão dos quilombos e das pessoas que viviam neles. Foi uma oportunidade de saber mais sobre o que aconteceu", afirmou a jovem.
O professor de filosofia Rominique Rezende ressaltou a importância de contar a história da população negra a partir de uma perspectiva própria.
"Precisamos narrar a trajetória de quem sentiu na pele os grilhões, mas também de quem foi arrancado de sua terra sendo rei, sendo rainha. Infelizmente, só nos é contado o pequeno recorte do negro escravizado, e não do negro inteligente. Como professor de filosofia, vejo essa reflexão como essencial para que os jovens possam transformar o presente e o futuro", afirmou.
A Semana CineDebate encerra nesta quinta-feira (27) com a exibição do documentário A Braskem também passou por aqui: tragédia dos Flexais, que aborda os impactos socioambientais provocados pelo afundamento do solo em Maceió.
Kenny Lucas Ascom/Esmal
